Quando Bons Planos Não Funcionam

O artigo a seguir é um trecho de um artigo publicado em A Liahona, Julho de 2012. Clique aqui para acessá-lo.

É importante planejar para o futuro, principalmente no caso dos jovens adultos. Mas o que acontece quando nossos planos mais bem elaborados não funcionam?


Ao retornar da missão, Todd tinha pela frente um futuro brilhante. Na faculdade, conheceu uma moça excelente. Após vários meses de namoro e uma confirmação espiritual, Todd a pediu em casamento, e ela aceitou. Planejaram casar-se no final do verão, e os dois voltaram para casa para preparar-se.

“Três semanas depois de despedir-nos na faculdade, ela rompeu o noivado”, relembra Todd. “Arrasado não é um termo forte o bastante para expressar meus sentimentos. Havia inúmeras perguntas sem resposta em minha mente. Aquilo não fazia sentido. Eu recebera uma confirmação na casa do Senhor, mas nosso relacionamento tinha chegado ao fim. Meu testemunho nunca foi tão testado.

Infelizmente, por vários anos após o fim de nosso noivado não consegui superar o fato. Não sabia se conseguiria voltar a confiar em um sentimento de confirmação. Sempre confiei no Senhor e procurei dar o melhor de mim para cumprir os mandamentos”, prossegue ele. “Tudo me pareceu em vão.”

Alessia também achou que seu relacionamento com um determinado rapaz daria certo. “Nossa história era tão bela que, embora tivéssemos as dificuldades normais que todo casal enfrenta, achávamos que nosso relacionamento jamais chegaria ao fim”, recorda ela.

Quando o namorado de Alessia partiu para a missão, a separação foi difícil, mas por um motivo diferente do que Alessia esperava. “Enquanto ele estava longe, comecei a conhecer-me melhor. Percebi que havia várias coisas em minha vida que ainda não estavam certas e que muitas vezes eu me escondera atrás de tolices, em vez de me humilhar e enfrentar a realidade”, conta ela. “Eu tinha vivido uma espécie de conto de fadas, como se estar apaixonada bastasse para fazer tudo dar certo, e não raro isso me levava a negligenciar as coisas mais importantes.”

Ainda assim, Alessia esperava um reencontro feliz e a continuação do relacionamento com seu namorado depois da missão dele. No entanto, quando ele retornou, saíram juntos como casal apenas algumas vezes, antes de romperem o namoro. “Foi um dos momentos mais dolorosos de minha vida”, diz Alessia.

No que vivenciaram, tanto Todd quanto Alessia acabaram por reconhecer que embora um relacionamento importante em sua vida tivesse chegado ao fim, eles não podiam abandonar sua obediência e fidelidade ao Senhor. Ele tornou-se a âncora deles quando tudo o mais parecia instável e incerto.

“Não encontrei todas as respostas do motivo pelo qual recebi a confirmação para casar-me com alguém, já que isso não aconteceu”, relembra. “Mas percebi que isso não importava. O que realmente importava era que eu ainda tinha fé em Cristo e que usaria essa fé para confiar em tudo o que Senhor tivesse reservado para mim.”

Alessia sabia que se comprometer totalmente com o Senhor lhe daria a força de que necessitava. “Compreendi que havia chegado o momento de decidir que tipo de pessoa eu desejava ser”, diz ela. “Eu continuaria a viver a vida pela metade ou começaria a trilhar o caminho que me tornaria uma verdadeira discípula de Cristo? Eu queria conhecê-Lo profundamente, amá-Lo verdadeiramente e procurar tornar-me uma pessoa melhor por meio da obediência a todos os Seus mandamentos, não apenas externamente, mas de coração, com verdadeira sinceridade.”

Todd continuou tentando namorar por seis anos e esforçou-se para desenvolver sua confiança no Senhor. Mesmo quando encontrava mulheres que admirava muito, teve de lutar para impedir que suas dúvidas do passado destruíssem suas esperanças no futuro. “Não foi fácil ter a determinação de não sucumbir às dúvidas de seis anos”, conta ele. “Mas fui firme em meu empenho de provar a mim mesmo que realmente confiava no Senhor e em Sua inspiração, embora tivesse ficado com raiva Dele anteriormente.” Um novo relacionamento acabou levando-o ao casamento no templo.

“Muitas vezes me pergunto por que o Senhor me abençoou com uma pessoa tão maravilhosa quanto minha mulher, se tive que lutar por tanto tempo para confiar plenamente nos sentimentos do Espírito”, reflete Todd. “É um testemunho para mim de que o Senhor está esperando para abençoar-nos, mas sempre de acordo com Sua escolha do momento certo.”

Alessia, ao rededicar-se ao Senhor, desenvolveu um profundo testemunho pessoal. “O plano de salvação tornou-se real para mim, e meus convênios tornaram-se mais fortes e mais profundos. A Expiação de Cristo deixou de ser uma teoria ou algo sobre o qual eu tinha lido, de modo talvez muito superficial. Ocorreu uma mudança dentro de mim, em meu coração, e adquiri um firme testemunho.” Hoje diz que se sente uma nova pessoa.

A despeito das reviravoltas ocorridas na jornada da vida, o destino final da vida eterna é o que o Pai Celestial planeja para Seus filhos (ver Moisés 1:39). Alguns podem até descobrir que o “plano B” foi simplesmente um meio de tornar o “plano A” Dele uma realidade.

Ocasião Certa para o casamento

“A ocasião para o casamento talvez seja o melhor exemplo de um acontecimento extremamente importante em nossa vida que é quase impossível de planejar. Como outros acontecimentos mortais importantes que dependem do arbítrio de outros, ou da vontade e do tempo do Senhor, o casamento não pode ser previsto ou planejado com certeza. Podemos e devemos trabalhar e orar para a realização de nossos desejos justos, mas, a despeito disso, muitos ficarão solteiros muito tempo além de sua ocasião desejada para o casamento.

Assim, o que precisa ser feito nesse meio tempo? A fé no Senhor Jesus Cristo prepara-nos para o que quer que a vida traga. Esse tipo de fé prepara-nos para lidar com as oportunidades da vida — para tirar vantagem das que são recebidas e persistir, superando a decepção das que foram perdidas. No exercício dessa fé, devemos comprometer-nos com as prioridades e padrões que seguiremos em assuntos que não controlamos, e persistir fielmente nesses compromissos, a despeito do que nos aconteça por causa do arbítrio de outros, ou do tempo do Senhor. Quando fizermos isso, teremos em nossa vida uma constância que nos fornecerá orientação e paz. Sejam quais forem as circunstâncias que estiverem além de nosso controle, nossos compromissos e padrões podem ser constantes.

O comprometimento e o serviço prestado pelos adultos solteiros podem mantê-los firmes durante os anos de espera pelo tempo certo e pela pessoa certa. Seu comprometimento e serviço podem também inspirar e fortalecer a outros. Sábios são aqueles que assumem este compromisso: Colocarei o Senhor em primeiro lugar em minha vida, e cumprirei os Seus mandamentos. A realização desse compromisso está dentro do controle de todos. Podemos cumpri-lo sem levar em conta o que os outros decidirem fazer, e esse compromisso nos fortalecerá, não importando a ocasião que o Senhor escolher para os acontecimentos mais importantes de nossa vida.”

Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Ocasião”, A Liahona , outubro de 2003, p. 15.

Ter Fé em que o Senhor Fará as Coisas no Seu Devido Tempo

Por: Catherine Edwards
Artigo originalmente publicado em A Liahona, Março de 2007

Sendo solteira, aprendi a compreender que o Senhor nos sustém no momento certo de nossa vida.


Quando eu tinha 19 anos, uma de minhas melhores amigas se casou. A cerimônia foi maravilhosa, ela estava linda, o noivo era muito bonito, e eles estavam muito felizes. Eu, porém, fiquei um pouco desgostosa. O casamento dela foi uma surpresa para mim. Ela estava alterando a perspectiva que eu tinha para ela e para mim mesma. Sem dúvida, eu queria me casar, mas não tão cedo. Eu achava que éramos jovens demais, mas ela estava-se casando não apenas antes de formar-se na faculdade, mas antes que tivéssemos a chance de viajar juntas ou empenhar-nos em oportunidades intelectualmente estimulantes na carreira profissional. Fiquei acordada a noite inteira, na véspera do casamento, preocupada com o futuro dela, ao passo que ela dormiu tranqüilamente, devidamente confiante em sua decisão.

Quando penso na reação que tive, acabo sorrindo. No que eu estava pensando? Contemplo a vida dela agora: tem dois filhos lindos e um lar cheio de amor. Poucos meses depois de seu casamento, ficou claro para mim que ela havia tomado a decisão certa, e isso está ainda mais claro agora. Reconheço que ela orou, ponderou e confiou na inspiração que Deus lhe concedera.

Isso foi há quase 20 anos. Ainda estou solteira. A maioria de minhas amigas já se casou; elas têm marido, filhos e um lar. Tenho um lar: um apartamento alugado de dois quartos na cidade de Nova York. Não tenho marido nem filhos. Às vezes me pergunto se alguém fica acordado à noite, se preocupando comigo, como fiz em relação à minha amiga.

Sei que cometi alguns erros na vida, mas não creio que tenha feito nada que me impossibilite de receber a bênção do casamento. Admito que me perguntei às vezes se minha vida teria sido diferente se eu tivesse agido melhor ou trabalhado mais arduamente ou sido mais bondosa, mas sei que fiz coisas boas e que sempre procurei seguir adiante com uma visão eterna das coisas. Procuro fazer a minha parte para realizar meu desejo de casar-me no templo.

Também reconheço que Deus sabe o momento certo para que os eventos importantes aconteçam em minha vida e que esse cronograma é diferente do das outras pessoas. Sinto-me imensamente grata por compreender isso. Meu apreço cresceu à medida que desenvolvi fé em um Pai Celestial amoroso, que sabe do que eu preciso e o que posso oferecer às pessoas.

O reconhecimento de que minha vida segue um cronograma próprio foi um processo. Minhas perguntas a Deus referentes ao Seu desígnio para mim fizeram com que eu adquirisse a noção de que tenho um potencial e virtudes próprias e distintas. Descobri que essa certeza é questionada na maioria das vezes não por minhas próprias idéias, mas pela freqüente preocupação bem-intencionada de outras pessoas. Os sentimentos das pessoas em relação ao fato de eu continuar solteira não diferem da reação que tive com minha amiga de 19 anos que ia se casar. Supus que eu soubesse o que ela devia fazer, mas eu estava errada.

Às vezes as pessoas sugerem possíveis explicações para o fato de eu ainda não ter marido nem filhos. Sei que a maioria dessas sugestões são feitas com bondade, mas no fundo parece haver a idéia de que cometi erros que me desqualificaram para a bênção do casamento e da maternidade. Já me disseram que talvez eu seja muito exigente, muito agressiva, muito inteligente, muito dedicada à carreira profissional, muito independente, muito liberal ou — a minha favorita — muito feliz. Devo dizer que em certas ocasiões considerei essas críticas como um elogio, mas ao mesmo tempo me dei conta de que há mulheres casadas que são mais inteligentes, mais agressivas, mais exigentes e mais independentes do que eu.


Uma Meta do Discipulado


Ao ponderar no que creio ser o cronograma de Deus para os eventos importantes da minha vida, estou profundamente ciente de minhas escolhas e do meu arbítrio. Como filhos do Pai Celestial, recebemos a feliz oportunidade e responsabilidade de buscar a bênção do casamento. Ao nos esforçar por alcançar essa meta, estamos fazendo a nossa parte.

Como membro da Igreja, tenho as bênçãos da oração, das escrituras, da ala que freqüento e das palavras dos profetas para dar-me uma compreensão mais profunda do Pai Celestial e do Salvador. Cada uma dessas bênçãos provê diretrizes para a boa utilização de meu arbítrio. Espero ter sabedoria nas decisões que tomar, inclusive em minha reação a alegrias e desafios inesperados.

Regularmente faço um balanço da minha vida e da minha situação. O aspecto mais importante dessa auto-análise é a questão da minha dignidade. Tenho me esforçado diligentemente por viver de acordo com as doutrinas e práticas da Igreja: assistir às reuniões e freqüentar o templo, pagar o dízimo, ter uma vida virtuosa e servir ao próximo. Creio na Expiação do Salvador e na eficácia de viver os mandamentos e as orientações dos profetas.


Uma Vida Rica

Freqüentemente me perguntam como posso ser tão feliz sendo um membro da Igreja que não se casou, numa cultura que dá tanta ênfase ao casamento. Vou dizer o que tenho feito.

Minha irmã Christine e eu decidimos bem cedo na vida que sem dúvida nos casaríamos um dia, mas que até lá viveríamos de modo a tornar-nos pessoas instruídas e experientes. Sinto-me imensamente grata por termos feito esse plano: um plano vinculado a nosso desejo de fazer aquilo que acreditamos que Deus espera de nós. Em essência, era um plano que se alicerçava na obediência aos sussurros do Espírito.

Minha irmã se casou há dez anos e tem dois filhos lindos. Ela concluiu o doutorado e fez contribuições importantes para a Igreja e sua comunidade. Continuo a seguir nosso plano e creio que é isso que Deus deseja que eu faça. Analiso sempre se o que faço está certo, se minhas metas na vida são condizentes com a meta mais ampla de ser uma discípula do Salvador. Esforço-me para garantir que meus atos e realizações, tanto espirituais quanto seculares, estejam me conduzindo a uma compreensão melhor de meu papel como filha de Deus.

Como mulher SUD solteira, tive a oportunidade de servir de maneiras maravilhosas. Tenho uma carreira profissional voltada para o serviço ao próximo e tenho sido capaz de cumprir meus chamados na Igreja. Desenvolvi meus talentos e alcancei minhas próprias metas educacionais. Minha vida é muito rica. Sempre procuro seguir os sussurros do Senhor em minhas decisões.

Há vários anos, juntamente com seis outras mulheres solteiras da minha faixa etária, tive a especial e inesperada oportunidade de reunir-me com Bonnie D. Parkin, presidente geral da Sociedade de Socorro. Passamos mais de uma hora conversando a respeito de nossa vida como mulheres solteiras da Igreja.

Naquele ano, essa reunião foi uma das grandes bênçãos da minha vida. Reunidas em volta da mesa do escritório da irmã Parkin, falamos dos desafios e bênçãos de nossa vida. No final, ela perguntou se tínhamos algum comentário que gostaríamos de fazer. Ergui a mão e declarei: “A Igreja é o melhor lugar para ser uma mulher solteira”. Tendo a oportunidade naquela breve hora de prestar meu testemunho de serviço e lealdade a Deus, aprofundei genuinamente o testemunho de meu papel na Igreja. Eu já sabia qual era esse papel, mas precisei daquela conversa para compreendê-lo e aprofundar minha convicção de sua importância.


Confiança no Indivíduo

Na Igreja, creio que há uma nítida necessidade de desenvolver confiança na pessoa, não por enquadrar-se em um cronograma culturalmente determinado, mas por seguir suas próprias revelações recebidas de um Pai Celestial amoroso. É importante acreditar firmemente que as pessoas podem estar fazendo a coisa certa e reconhecer que mesmo que a vida delas pareça diferente, elas têm coisas especiais a oferecer das quais necessitamos. É fácil presumir e achar que existe um cronograma certo para todos.

Todos têm desafios. Quer sejamos casados, divorciados, viúvos ou solteiros, todos temos as bênçãos de um legado divino comum e um papel divino e distinto.

É claro que oro para casar-me e para que meu marido e eu tenhamos filhos. Enquanto isso, estou me esforçando para ampliar e desenvolver minha vida voltada para o evangelho. Recebo bênçãos por ser solteira, e seria muita ingratidão e negligência de minha parte desperdiçá-las, e tenho certeza de que essas bênçãos, no final, vão me tornar uma esposa e mãe melhor.

Sou grata por ter um Pai Celestial amoroso que nos conhece e sabe o que podemos fazer de nossa vida, por mais diferente e emocionante que ela seja. Sinto-me grata pela vida que tenho e pelas oportunidades que me aguardam. Oro para que todos tenhamos confiança no cronograma que o Senhor reservou para nós, cronograma esse que é apoiado por nossas boas decisões e por nossa fé em Deus.

A Verdadeira Amizade

Por Kristi Mclane
Publicado em A Liahona, Março de 2003
Para ler o artigo original clique aqui.


Todos precisamos de amigos. Porém, para receber amizade, precisamos dar amizade. Eis aqui algumas idéias de como podemos demonstrar a verdadeira amizade:

Concentre-se nas outras pessoas. Embora seja tentador falar sobre si, tente prestar atenção no que os outros têm a dizer. As pessoas adoram falar sobre si mesmas e coisas maravilhosas acontecem quando você faz perguntas e escuta.

Diga o que tem em mente e seja sincero no que disser. Antes de perguntar “Como vai?” ou de tentar fazer um elogio, assegure-se de que esteja sendo sincero. As pessoas sabem quando alguém não está sendo sincero. (Ver II Coríntios 1:12.)

Procure o lado bom .As falhas das pessoas são mais fáceis de serem notadas do que as qualidades. Se você se surpreender pensando coisas negativas sobre alguém, procure substituir esses pensamentos por outros que sejam positivos.

Defenda a verdade. É importante defendermos aquilo que sabemos ser certo por meio de nossas ações, palavras e atos. Se não abrirmos mão de nossos padrões, os outros saberão que esperamos que eles não abram mão dos deles.

Sirva ao próximo. Quanto mais servimos, mais amamos. O Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “A compaixão de amigos que se assemelham a Cristo toca-nos profundamente e muda nossa vida”. (Companheiros Valiosos, A Liahona , janeiro de 1998, p. 36)

Lembre-se da Regra de Ouro. Simples quanto possa parecer, o fazer aos outros o que queremos que façam a nós realmente funciona. (Ver Mateus 7:12.) Demonstre às pessoas o seu amor sendo respeitoso e amável com elas.

Olhe os outros através dos olhos de Cristo. Devemos aprender a amar os outros como Jesus Cristo nos ama. Lembre-se que “o amigo ama o tempo inteiro”. (Provérbios 17:17)

Kristi McLane é membro da Ala 61 da BYU, Segunda Estaca da Universidade Brigham Young.